quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

SKIDDERS E FORWARDERS

Skidder é qualquer tipo de veículo pesado usado na operação de corte e transporte de árvores para fora de uma floresta por arrastamento, em declives superiores a 20% . Forwarder é qualquer tipo de veículo autocarregador que é usado em zonas de menor declive para o mesmo efeito.
Os primeiros skidders eram puxados por cavalos ou mulas. Mais tarde apareceram outros tipos, como por exemplo, o bummer que era simplesmente um reboque pequeno puxado atrás de uma esteira rolante e, posteriormente os skidders mecânicos. Um tipo de skidder muito popular era o skidder de Clyde, construído por Clyde Iron. Embora estas máquinas parecessem ser grandes e incómodas, eram verdadeiros cavalos de trabalho daquela época e as condições de trabalho em torno destas máquinas eram muito perigosas. O maior destes equipamentos era o skidder de Lidgerwood.
A movimentação das madeiras por meio de arrastamento, suspensas por correntes ou em tractores autocarregáveis logo após o corte até a berma das estradas é uma operação que exige um planeamento detalhado de escolha das máquinas próprias dentro do sistema mais indicado de trabalho. Actualmente, a extração mecanizada é realizada por meio de “skidders” e “forwarders”. O skidder, conforme hoje o conhecemos, apareceu na década de 60, sendo um tractor potente, fácil de operar e económico. É uma máquina que pode trabalhar com diferentes tamanhos de árvores. Trata-se de um tractor florestal arrastador, desenvolvido exclusivamente para o arrastamento de madeira. Possui uma cabine com grande mobilidade dentro da área de corte, tem o chassis articulado, tracção 4x4, rodados de pneus e/ou rastos. Alguns modelos são dotados de uma garra traseira telescópica que é acionada pelo sistema hidráulico ou sistema de cabos de aço para que seja realizado o arrastamento de feixes de toros, sendo assim chamados clambunk skidder.. As principais vantagens do clambunk skidder, são: a máquina base pode voltar a operar como “forwarder”; o volume da madeira extraída por ciclo permite operar em distâncias maiores do que as convencionais, contribui para a redução da densidade de estradas florestais, pode operar inserido em vários sistemas, tais como, em conjunto com harvester, feller, derrube manual, escavadora com cabeçote, garra traçadora, slasher, mini-slasher, traçamento na estrada, e outros; excelente do ponto de vista ergonómico, possui pneus largos com maior área de contacto com o solo, resultando em tração eficiente e melhor estabilidade em terrenos acidentados ou com baixa sustentação; promove baixa compactação no solo, o que acarreta menos danos à regeneração natural no caso de florestas nativas.
Na década de setenta do século XX, várias empresas fabricantes de papel e celulose passaram a utilizar, tractores agrícolas equipados com guinchos e pinças hidráulicas traseiras, miniskidders, tractores desenvolvidos específicamente para o arrastamento de madeira e skidders de gruas hidráulicas para o carregamento de camiões.
Na década de oitenta, vieram os feller-buncher de tesouras e de sabre. Como os feller-buncher proporcionam um pré-empilhamento das árvores, os tractores de arrasto, skidders e miniskidders, tiveram um incremento na sua utilização e produtividade combinada com a utilização das grandes desgalhadoras.
Na década de noventa, ocorreram os maiores avanços tecnológicos em máquinas utilizadas na mecanização florestal. As máquinas disponibilizadas foram os feller-bunchers de discos, desgalhadores, slachers, harvesters de pneus e máquinas base de esteiras com cabeçotes processadores, skidders, forwarders, gruas florestais com joysticks e garras montadas em escavadoras.
Hoje em dia existem skidders com motores PowerTech Plus Tier 3. Estes motores de seis cilindros apresentam novos recursos, como um turbo compressor de geometria variável, de potência controlada, cabeçotes com cilindros de quatro válvulas, e uma alta pressão do sistema de combustível common-rail, que contribuem para melhorar a potência do motor e desempenho da máquina, melhorando o combustível utilizado/consumido por tonelada de madeira movida. Potência, economia de combustível, níveis de torque, tempo de resposta, e outras características atendem ou superam as normas padrões. O Clambunk 1711D possui a força necessária para transportar grandes cargas em longas distâncias, além de possuir uma cabine que possibilita alta visibilidade da operação. Possui “Sistema de Controle Total da Máquina” (TMC) que controla, capta e armazena dados que ajudam a melhorar a disponibilidade e a produtividade da máquina. Com controle do motor, da transmissão e da grua, o operador também pode monitorizar o equipamento visual ou auditivamente com o sistema de alarme, que possui programa de diagnóstico para reduzir o tempo de paragem.
O clambunk skidder realiza o ciclo operacional da seguinte forma: Viagem vazio, começa quando o clambunk skidder sai da berma da estrada vazio, iniciando a etapa da viagem sem carga em direção aos feixes de árvores no interior do povoamento. Carregamento, inicia-se com a abertura da grua carregando as árvores depositando-as dentro da garra terminando quando a garra está carregada. Arrastamento, é quando a máquina se começa a deslocar com parte da carga suspensa em direção à berma da estrada. Descarga, ao aproximar-se da berma da estrada o operador com a grua descarrega os feixes, depositando-os de forma que não comprometa a etapa posterior da colheita florestal.
A forwarder tem controlos autênticos, bem como as respectivas funções, para que se possa avaliar o grau de dificuldade do trabalho do operador. Os movimentos e a elevação da alavanca foram reduzidos à escala de um tractor normal.
A função da forwarder é reunir os toros derrubados pela segadeira na floresta e transportá-los para uma zona de armazenamento na berma da estrada. Entre a segadeira e a forwarder formam a cadeia de derrube e transporte de árvores.
Os Forwarders Randon RK 614H, por exemplo, com tracção total 6x6 e RK 814H com tracção 8x8, são forwarders utilizados nas mais exigentes operações de trabalho de cargas florestais e ideal para terrenos que exigem alta performance e desempenho com baixo custo operacional.
O método de árvores inteiras é um sistema de extracção que utiliza a árvore inteira como uma unidade única e geralmente envolve um feller-buncher para derrubar e acumular (agrupar) as árvores num só lugar. Os skidders então arrastam as árvores para o local previsto, onde uma
máquina com um processador de poda ou um boom delimber descasca os troncos e corta as copas. Os troncos permanecem inteiros com comprimentos de 10 a 30 m até chegarem às fábricas. A vantagem deste sistema é a alta capacidade de extracção. O sistema de árvores inteiras é também um óptimo complemento aos investimentos de serrações em equipamentos florestais. Uma desvantagem do sistema é que ele requer grandes clareiras para lidar com a madeira e também exige grande quantidade de máquinas e pessoal.
A extração de madeira no continente norte-americano, na Europa e na Rússia é realizada com a utilização de uma grande variedade de equipamentos, dependendo das circunstâncias. O terreno, as espécies de árvores, as dimensões, as tradições e a infra-estrutura contribuem para a escolha das máquinas utilizadas.
O sistema de árvores inteiras, com corte parcialmente transversal é um método que consiste na combinação do sistema de árvores inteiras e do sistema de toros curtos. Como no método original de árvores inteiras, utiliza feller-bunchers, skidders e processadores situados em áreas abertas ou aterros perto de bermas de estrada. A madeira é cortada em comprimentos adequados para o transporte em estradas públicas. Este método é também utilizado no abate de grandes áreas. As suas vantagens são a alta produtividade e as opções de transporte mais flexíveis.
Quanto ao sistema de árvores inteiras com lenhadores, as árvores são derrubadas por lenhadores e então rebocadas para uma clareira com um simples skidder. Uma máquina de poda processa os troncos em comprimentos adequados para serem carregados em camiões.
O sistema escandinavo usa um forwarder e um harvester com pneus de borracha. O harvester derruba, poda e faz cortes em transversal nas árvores em comprimentos inferiores a 3 a 6 m. Um forwarder carrega os toros e transporta-os para a estrada mais próxima, onde a madeira é carregada em camiões. A vantagem aqui é que os veículos com pneus de borracha causam o mínimo de dano ao solo e os custos em combustível são menores por m3 de madeira. Este método é o mais ecológico. O sistema também é também muito flexível em relação à capacidade de atingir uma produção eficaz em áreas de extracção pequenas e de entregar diferentes qualidades de madeira e comprimentos especificados pelo cliente. Este sistema exige poucas máquinas e pouco pessoal e é dos mais utilizados na Europa.
O sistema norte-americano de toros curtos com corte transversal. Na floresta um feller-buncher derruba as árvores e é seguido por duas máquinas, uma com um cabeçote, com processadores para poda e corte transversal, e um forwarder para o transporte para a beira da estrada. As árvores derrubadas e podadas sofrem um corte transversal na floresta e os toros acabados são transportadas para a beira da estrada. As vantagens deste sistema são que ele é eficiente, resulta em grandes volumes de produção, permite uma grande variedade de classificações e exige menos construção de estradas já que os forwarders oferecem maior economia de transporte que os skidders.
Finalmente, existe o sistema de toros curtos com poda e corte transversal na beira da estrada.
Um feller-buncher corta as árvores que são então rebocadas para a beira da estrada, aí um processador com base em escavadora corta a madeira em comprimentos adequados. Este sistema combina o sistema de árvores inteiras e o sistema de toros curtos. As vantagens são a flexibilidade dos dois sistemas e o facto de os custos iniciais de um novo sistema de madeira de toros curtos serem baixos, já que as únicas máquinas necessárias são as máquinas para o sistema de árvores inteiras. Outra vantagem é que o sistema pode produzir comprimentos diferentes de acordo com as necessidades do cliente. Uma desvantagem é a exigência de grandes clareiras.

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