“FALANDO DE FORMA AMBÍGUA”
Falando de forma ambígua
Esta história vou contar
Por ser uma história antiga
Eu nem queria acreditar
Certa noite um passarinho
Na janela veio pousar
Estava tão sossegadinho
Que até o pude agarrar
Afinal o seu sossego
Era por outro motivo
O animal era um morcego
Já quase não estava vivo
Larguei-o a ver se voava
Que o bicho estava de todo
Apenas cambaleava
Não se mexia de outro modo
Dei-lhe algumas palmadinhas
Para ver se arrebitava
Mas palmadas levezinhas
Ele nem sequer as notava
Fiz-lhe massagens cardíacas
E vi como reagiu
Essas horas foram críticas
E o bicho nem as sentiu
Tentei em ultima instância
Respiração boca a boca
Mas na minha ignorância
Foi essa a coisa mais louca
O animal reagiu
Ao entrar pela goela
E só depois de o engolir
Senti que ele era ela
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